Com o tema ‘Gestão, Preservação e Acesso aos Documentos Físicos e Digitais nas Instituições Federais de Ensino Superior’ foi aberto, nesta quarta-feira (17), o IV Fórum de Arquivistas do Norte/Nordeste (Arquifes).

Com o tema ‘Gestão, Preservação e Acesso aos Documentos Físicos e Digitais nas Instituições Federais de Ensino Superior’ foi aberto, nesta quarta-feira (17), o IV Fórum de Arquivistas do Norte/Nordeste (Arquifes). O evento acontece até sexta-feira (19) e é sediado pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA) e teve sua solenidade de abertura no Espaço Cultura 2 de Julho, na Reitoria do instituto.
A abertura contou com a presença de Zulu Araújo, diretor geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), uma das apoiadoras do evento. Além do representante do Comitê Nacional da Rede Arquifes e Arquivista da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Renato Motta Rodrigues da Silva, a diretora do Instituto de Ciências da Informação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Hildenise Ferreira Novo e diretora do Arquivo Público da Bahia, Maria Tereza Matos - unidade vinculada a FPC.
Dando as boas vindas aos participantes do Fórum, também compuseram a mesa de abertura Tassila Ramos, coordenadora de Memória Institucional do IFBA, Andreia Ribeiro Silva, gerente do Sistema de Bibliotecas do IFBA, Anilson Roberto Gomes, pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFBA, José Roberto Oliveira, pró-reitor de Extensão do IFBA e Renato da Anunciação Filho, reitor do IFBA.
Na sua fala de saudação, Zulu Araújo destacou a importância da arquivologia para a manutenção da memória da nação. “A preservação dos Arquivos Públicos é fundamental para produzir o conhecimento da História do Brasil. Nesse sentido, precisamos apoiar, estimular e desenvolver políticas que assegurem essa memória e esse conhecimento. As dificuldades e conflitos atuais advém do fato do desconhecimento da memória de como o Brasil foi construído”, pontuou o diretor geral da FPC. Zulu Araújo destacou também o trabalho e dedicação da diretora do Arquivo Público da Bahia, Maria Tereza Matos, responsável pela segunda mais importante instituição arquivística pública do país, que resiste há 127 anos.
Mesa composta para o evento
Renato da Anunciação Filho, reitor do IFBA, falou sobre a preciosidade que é o arquivo do IFBA, instituição responsável pela formação profissional desde 1909. “Muitos de nossos alunos da área industrial já recorreram aos nossos registros e documentos, ao solicitarem seus históricos escolares, para processos de aposentadoria, uma vez que o período de estudo conta como tempo de serviço”, explicou.
Findada a solenidade, o professor doutor em Documentação da Universidade de Santa Maria, Daniel Flores, deu seguimento à programação do IV Arquifes, ao ministrar palestra sobre o tema do fórum. Na sua exposição, Daniel Flores, relatou as invasões e os ataques a arquivos, ocorrido no último dia 12, em cerca de 200 mil computadores em 150 países, incluindo o Sistema de Saúde do Reino Unido, além do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Ministério Público e do INSS, no Brasil. O que denuncia a vulnerabilidade da Gestão Arquivística de Documentos em todo mundo.
Ainda de acordo com o professor, se as instituições seguirem normativas específicas que assegurem a integridade documental, como a ISO 14.721/2003 e a NBR 15.472/2007, proporcionarão uma cadeia de custódia completa às suas memórias institucionais. No entanto, a gestão de documentos deve estar separada dos processos que garantem a sua preservação. Para isso, Daniel Flores indica que sejam seguidas as recomendações dos Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos (SIGAD), definidas pelo e-Arq, que estabelece ambientes de preservação e plataformas de acesso.
A implantação do modelo de referência Open Archival Information System (OAIS), um esquema conceitual capaz de garantir a integridade dos processos de produção, administração e consumo de documentos, também é defendida por Flores para a eficiência da Política Arquivística. Em outro contexto, o professor explica que é necessário distinguir também o documento autêntico do documento digital: a digitalização é uma representação documental, ela não confere condição de documento, de acordo com as diretrizes da Resolução 43 do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq).
Foto do palestrante no evento
Participante do IV Arquifes, Alan de Oliveira, graduando em Arquivologia pela UFBA, falou sobre a correlação entre o tema do fórum, discutido na palestra, as tramitações no Senado quanto à comprovação da autenticidade dos documentos digitais. “É muito válido participar desse evento e ouvir relatos de profissionais renomados da Arquivologia, em um momento que se define uma nova realidade para os Arquivos no Brasil”, opiniou o estudante.
A noite foi encerrada pelo Núcleo de Arte e Cultura, do Campus IFBA Santo Amaro, com apresentação do espetáculo ‘Vem pra cá, vem sambar”. O IV Arquifes prossegue durante os dias 18 e 19 de maio, na reitoria do IFBA, com apresentações e grupos de trabalho com diversas nuances a cerca da temática. Na sexta-feira, a Comissão Organizadora do evento junto com o Comitê Nacional da Rede, apresentarão os candidatos à próxima sede do evento, a ser escolhida por votação.
Fotos: Leomir Coli/ Núcleo de Áudio Vídeo e Imagem do IFBA

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