Artefato

  O Que é um Artefato Documental? Mais que um Objeto, um Portador de História!

Apesar de o termo "artefactual" não ser diretamente definido nas fontes, o conceito de "artefato documental" é fundamental e amplamente discutido na Ciência da Informação e na Arquivologia.

Um artefato documental é qualquer objeto, físico ou digital, que, além de sua existência material, adquire um conjunto de significações socialmente instituídas que lhe conferem valor e o tornam um documento. Ele transcende sua função original ou estética para servir como uma fonte de informação, memória e prova.

Principais características e funções:

1. Natureza Multifacetada: Um artefato documental é uma "obra feita pelo homem" e é sempre um artefato físico (mesmo que digitalmente registrado em um suporte). No entanto, seu valor vai além da mera materialidade, englobando seu conteúdo simbólico e seu contexto de produção e uso.

2. Portador de Informação e Memória: Ele encapsula informações, histórias e tradições, permitindo desvendar diversas camadas de sentido. Pode ser um "instrumento documental potente capaz de carregar traços culturais, temporais e locais".

3. Atribuição de Valor Humana: Um objeto não nasce documental, mas torna-se um documento quando a função informacional se sobrepõe às demais. Essa significância é muitas vezes atribuída por um usuário ou por instituições, refletindo as práticas sociais e os jogos de poder envolvidos.

4. Perspectiva da Neodocumentação: Essa corrente da Ciência da Informação enfatiza a materialidade, a institucionalidade, o caráter social e simbólico do documento, reconhecendo que ele está imerso em redes sociais e políticas.

Exemplos notáveis:

Estandartes de Frevo: São considerados verdadeiros artefatos documentais, que narram histórias e celebram tradições, carregando a identidade, crenças e momentos históricos das comunidades carnavalescas.

A Carta do Folclore Brasileiro: Vista como um artefato de práticas de conhecimento e síntese de processos informacionais, revelando os sujeitos e contextos de sua produção.

Compreender o "artefato documental" é essencial para valorizar como os objetos ao nosso redor são mais do que meras "coisas", mas sim testemunhos vivos que moldam nossa cultura e história.


Fontes:

http://www.arquivistica.fci.unb.br/wp-content/uploads/tainacan-items/_x_60642/62513/28-Pensando-e-repensando-o-documento.pdf

MEDEIROS, Enderson. A patrimonialização e o arquivo enquanto patrimônio: um olhar antropológico. Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação, v. 25, n. 1, p. 35-45, jan./jun. 2011.

https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/59708/1/DISSERTAÇÃO%20Laura%20Mendes%20Selva.pdf

COIMBRA, Joelson C. de; DA ROSA, Álvaro A. S. Fossildiagênese em conchostráceos cretácicos do Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia, v. 10, n. 1, p. 5-16, jan./abr. 2007.

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