Princípios Arquivísticos

Conheça os Princípios Arquivísticos!

Você já parou para pensar em como a vasta quantidade de informações que produzimos diariamente é organizada e preservada? Por trás da gestão eficaz de documentos, existe uma ciência dedicada a isso: a Arquivologia. E no coração da Arquivologia, encontramos os Princípios Arquivísticos, que são verdadeiros guias para garantir a autenticidade, a integridade e a acessibilidade da nossa memória documental.

Estes princípios estão na base da teoria arquivística e constituem o principal marco que diferencia a arquivística de outras ciências documentárias. Eles não se contrapõem, mas se reforçam mutuamente, guiando todas as ações nos arquivos.

Vamos conhecer os mais importantes:

1. Princípio da Proveniência (ou Respeito aos Fundos)

Este é, talvez, o mais fundamental dos princípios. Ele fixa a identidade do documento em relação ao seu produtor. De acordo com a Proveniência, os arquivos criados por uma instituição ou pessoa devem manter sua individualidade e não devem ser misturados com documentos de outras origens.

2. Princípio da Organicidade

O Princípio da Organicidade estabelece que as relações administrativas orgânicas de uma entidade se refletem em seus conjuntos documentais. Em outras palavras, a organização dos arquivos deve espelhar a estrutura, as funções e as atividades da instituição que os produziu, tanto em suas relações internas quanto externas.

 3. Princípio da Unicidade

A Unicidade afirma que, independentemente da forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos arquivísticos conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. Isso significa que, mesmo que existam cópias, cada cópia é única em seu local, pois o conjunto de suas relações com outros documentos é sempre exclusivo.

Diferentemente de uma biblioteca, onde você pode encontrar o mesmo livro e a mesma organização em diversos locais, no arquivo, cada acervo é singular. Mesmo que duas instituições tenham atividades-fim semelhantes, seus arquivos serão únicos e distintos.

Em repositórios digitais, a unicidade está ligada ao depósito de cada arquivo em um local específico dentro da estrutura documental, associado à função ou atividade que o gerou.

4. Princípio da Indivisibilidade (ou Integridade Arquivística)

Derivado do Princípio da Proveniência, a Indivisibilidade exige que os fundos de arquivo sejam preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida. Este princípio é sinônimo de "Integridade Arquivística" e busca garantir a não alteração ou adulteração indevida dos documentos.

5. Princípio da Cumulatividade

Este princípio estabelece que o arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica. Também conhecido como "princípio sedimentar" ou "do acúmulo natural de documentos", ele reflete o fato de que os arquivos se constituem naturalmente ao longo do tempo, como resultado das funções e atividades de uma organização, pessoa ou empresa.

6. Princípio do Respeito à Ordem Original

Por fim, o Princípio do Respeito à Ordem Original determina que o arquivo deve conservar a organização dada pelo órgão, entidade, pessoa ou família que o produziu. Isso significa que a ordem em que os documentos foram criados e acumulados deve ser mantida, refletindo seu contexto histórico, jurídico e administrativo, e preservando suas inter-relações originais.

Ao aplicar esses princípios, os arquivistas não apenas organizam e preservam documentos, mas também defendem a memória institucional e social, contribuindo para o conhecimento histórico e a garantia de direitos. Em um mundo cada vez mais digital, a aplicação desses princípios se estende aos ambientes digitais, como os repositórios, que propiciam a centralização e a preservação dos documentos digitais.

Compreender esses princípios é essencial para qualquer pessoa que lide com documentos, seja em ambientes públicos ou privados, e para valorizar o trabalho fundamental dos profissionais da Arquivologia.


Fontes:

https://www.ifsc.edu.br/documents/d/asset-library-18570259/cartilha_classificacao_de_documentos

FERNAL, Alexandre; VECHIATO, Fernando Luiz. Repositórios digitais como ambiente de atuação do arquivista: princípios arquivísticos e preservação digital. REBECIN, São Paulo, v. 8, edição especial, p. 01- 12, 2021. DOI: 10.24208/rebecin.v8i.259

https://www.youtube.com/watch?v=MkX1bl5eh8k

https://aaerj.org.br/a-profissao/codigo-de-etica


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